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MADIBA

Morreu Nélson Mandela, uma das grandes referências não apenas do Continente Africano, mas de todo o mundo. Como é natural a sua morte deu origem às mais variadas e sinceras, umas mais que outras, manifestações de carinho, respeito, apreço, elogio e homenagem a um dos grandes Homens do século XX. Mas ela trouxe também à tona, consciente ou não, algum aproveitamento político de lutas antigas, feridas não saradas ou avivadas por situações e comportamentos do presente. O pragmatismo diplomático não assenta em direitos, mas em relações de poder com as quais nem sempre nos identificamos. À boa maneira americana, acima de qualquer direito está o interesse da América e, se por acaso, forem coincidentes, tanto melhor. Creio que muitos dos que agora elogiam a personagem e o comportamento de Mandela não se reveem naquilo que ele foi ao longo da sua vida. Uns rever-se-ão mais na fase antes da prisão, outros porventura fundamentam o carinho e o respeito no longo período em que esteve preso, outros

ESTRATÉGIA DE MORTE ANUNCIADA

1. Parece hoje cada vez mais claro que a estratégia do governo, com a cumplicidade consciente do Presidente da República, passa pelo chumbo de algumas medidas do orçamento pelo Tribunal Constitucional e a afirmação de impotência, por parte do governo,em evitar um segundo resgate ou um programa cautelar. Aliás ninguém neste momento pode prever o que será um programa cautelar, tanto mais que a Irlanda, em condições bastante melhores que as nossas, foi vista pelas entidades europeias como não tendo as condições ideais para beneficiar de um programa cautelar. Também no que à Europa diz respeito, a estratégia dos seus líderes – se é que a têm e se é que o são – é a de nos conduzirem para um abismo do qual dificilmente seremos capazes de escapar. Mas voltemos à realidade deste pequeno quadrado à beira do Atlântico. Este cenário de confronto, mesmo se velado, com o Tribunal Constitucional, parece indiciar a antecipação de eleições e a negociação de um novo programa. Não deixa de ser irónico

UM PAÍS A FINGIR

Alguém se lembrou – um desses economistas doutos que pensa ser a realidade a que lhe mostram as teorias – que a maioria dos reformados finge ser pobre. Imagino que na sua cabeça os ricos deste país não o sejam realmente, mas apenas finjam. Não percebo qual o interesse em fingirem a sua riqueza, a não ser que pretendam libertar-se da canga dos impostos, já que sendo rico encontra sempre alguma forma de escapar, enquanto que ao pobre a única saída que lhe resta é pagar e… seja o que Deus quiser. Este é realmente um país de fingidores. Imagino que nessa douta cabeça muitos dos pobres – os que não têm emprego, mas têm filhos para alimentar; aqueles a quem negaram o RSI ou cortaram ou reduziram o abono de família; os reformados a quem espoliaram e que, como castigo, têm que ajudar filhos e netos; aqueles que se veem obrigados a ter dois ou três empregos para sobreviverem, abdicando da família (que esses doutos tanto defendem) –, apenas finjam ser pobres. Talvez por masoquismo, visto haver q

OS (IN)DECISORES POLÍTICOS

1. REFORMA DO ESTADO O tão aguardado, e também o tão tantas vezes adiado, documento sobre a reforma do Estado viu finalmente a luz do dia. Nesta longa espera foram-se criando expectativas quanto ao documento e ao seu conteúdo, sobretudo face aos arrufos do passado protagonizados pelo seu autor – Paulo Portas – e aos desentendimentos entre os partidos da coligação quanto aos cortes. Infelizmente, expectativas defraudadas tem sido o prato que este governo nos tem servido amiúde e também no caso presente a ementa não variou. Este sentimento de expectativas defraudadas prende-se não apenas com os sucessivos adiamentos, os quais pressuponham dificuldades sérias na reflexão sobre as questões em jogo e sobre as possíveis soluções, mas também com a necessidade por todas sentida, embora nem sempre verbalizada, da importância de tal objetivo. Isso significaria, mesmo num documento aberto, que o que nele consta estivesse devidamente fundamentado, com as fontes devidamente identificadas, com obje

QUESTÃO DE OBJETIVOS

Um dos problemas deste governo é o de não perceber ou ser incapaz de definir claramente os objetivos, definir uma estratégia para os atingir e as diversas metas pelas quais teríamos de passar até à meta final, a qual poderia sem bem mais longínqua que uma ou várias legislaturas. E como esta clarificação seria importante nos tempos que se vivem!! Quando se coloca a questão dos objetivos importa, desde logo, definir o que se pretende, o que é ou não importante enquanto país e vida em sociedade. Ou seja, que país pretendemos e que sociedade desejamos. Trata-se pois de uma opção ideológica e não de mera opção contabilística ou financeira, já que se trata do desenho do futuro que estamos dispostos a construir enquanto coletivo. Se queremos um Estado Social, se pretendemos um Serviço Nacional de Saúde, se desejamos um sistema educativo em que todos tenham oportunidade – e que sejam sustentáveis – qual a melhor estratégia para que esses objetivos se cumpram? Esse é o ponto de partida. Tratand

PAÍS DE MÁFIA SEM ROSTO

Os vários casos de corrupção nunca julgados, eternamente adiados ou sem culpa provada que ao longo dos anos foram sendo noticiados, conhecidos ou apenas referidos de passagem, dos quais o BPN - fruto das circunstâncias políticas e económicas e das consequências imediatas para o bolso de todos nós – tem sido o mais mediático e caricato, mostra como a esfera do poder político e do poder económico – que tantas vezes se confundem – se movem em terras pantanosas e de areias movediças e para onde arrastam todo um povo negando-lhe o futuro a que tinha direito. Ao longo das últimas décadas, muito à sombra dos dinheiros europeus, esta gente ligada ao poder e todos aqueles que à sua volta sempre gravitaram foram construindo uma teia gigantesca de promiscuidade, compadrios e troca de favores da qual dificilmente nos veremos livres nos próximos anos. Uma espécie de Máfia de cujos tentáculos duvido suspeitemos e cujo rosto do padrinho (ou padrinhos) ignoramos por completo. Gente sem princípios, se

E ASSIM VAI O REINO DE PASSOS PERDIDO…

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Este novo governo, que agora não se poderá queixar do anterior, sai de uma crise para entrar logo numa outra. Parece um labirinto de crises cuja saída, por demasiada desorientação, não poderem encontrar. Passos Coelho está fadado para crises. Deve ser mesmo destino! Ainda mal tomou posse e já se anunciam problemas para a Ministra das Finanças, os quais, diga-se, poderiam ser evitados logo na nascente. Acredito, como ela própria afirma, que não tenha mentido a propósito dos swaps, mas, e isso parece hoje claro, tentou driblar, omitir e cultivou, alimentou e fez questão de manter uma penumbra nebulosa nada clarificadora. Tudo isto vindo de uma Ministra das Finanças é, no mínimo, pouco ético e muito pouco transparente. E como tudo teria sido bem mais fácil se logo no início tivesse cortado o mal pela raiz e explicado, mesmo admitindo eventuais falhas suas, tudo o que haveria para explicar. Por que motivos não o terá feito? A resposta só a própria a poderia dar se não se tivesse deixado en

AFINAL EXISTE ACORDO!…

Não percebo qual o espanto quando Seguro anunciou não ter sido possível o entendimento entre os três partidos. E não me venham com a conversa que foi devido às pressões no seio do Partido Socialista ou que afinal Mário Soares foi o grande vencedor. Bem vistas as coisas, o grande vencedor foi Passos Coelho. Embora possa parecer o contrário, Passos Coelho nunca pretendeu fazer qualquer acordo com o PS. Aliás, durante o debate sobre o moção de censura apresentada pelos Os Verdes deixou bem claro o que pretendia ao dizer “ O país precisa de um PS que, como partido que aspira a governar, não acalente a fantasia de uma súbita e perpétua vontade de o Norte da Europa passar a pagar as nossas dívidas provavelmente para sempre . O país precisa de um PS que aceite o convite do senhor Presidente da República para lançarmos as bases concretas e realistas do nosso futuro colectivo ". O sublinhado é da minha responsabilidade. Imaginem que alguém vos pede para serem avalistas de alguém que vocês

A CRISE NÃO EXISTE... TORNOU-SE NORMALIDADE

A ideia que anda na boca da maioria dos comentadores e de muitos economistas de que nos podemos tornar numa Grécia - no essencial duvido que haja grandes diferenças - se os nossos governantes continuarem a assobiar para o ar fingindo de que nada é com eles, parece-me pouco sensata, sobretudo quando as razões em que assenta tal discurso são as mesmas que justificam a política seguida até ao momento. Caminhamos certamente para uma situação semelhante à grega, não apenas porque a nossa classe política anda a brincar aos governos, mas sobretudo porque os mandantes da Europa pensam poder continuar a enriquecer à custa da miséria dos outros, como se isso fosse a solução para a Europa. Por outro lado temos uma zona euro com um banco central, mas que também ele anda a brincar aos banqueiros. Seria este o comportamento adequado de um qualquer banco central nacional? Ou pretende-se que a Europa e a zona euro seja apenas para uns quantos que vão atrofiando os restantes, ou seja, a maioria? Conti

UMA CRISE SEM FIM À VISTA

Vivemos, neste momento, uma situação política que tem tanto de insólito como de patético. Quase duvidamos que esta seja a realidade ou se estaremos a acordar de um pesadelo do qual ainda não despertamos. Outros perguntar-se-ão se estamos realmente num país europeu ou se estaremos num qualquer lugar recôndito onde o insólito passou a norma. Temos um Primeiro-ministro que embora formalmente continue a sê-lo, na realidade já deixou de o ser. Infelizmente para todos nós só ele ainda não percebeu ou se porventura se deu conta, então o caso é ainda mais grave, pois perdeu qualquer pingo de dignidade que no meio da turbulência ainda lhe pudesse restar. Mas dignidade parece ser qualidade que não faz parte do vocabulário desta classe que finge brincar os governos, porque se assim não fosse também a atual recém empossada – na maior farsa política jamais conhecida - Ministra das Finanças estaria demissionária, já que difícil se torna admitir que tendo sida ela uma das causas, pelo menos aparente,

FALSO COZINHADO OU INGREDIENTES FORA DE PRAZO?

Muitos dos economistas comentadores da praça tornaram-se as estrelas de rock de um espetáculo político degradante, sinal da decadência das elites que governam este e outros países, sejam elas políticas, económicas ou oriundas de um outro qualquer poder oculto que por aí abundam. É confrangedora a incapacidade para pensarem o país para além dos quadros mentais instituídos, dominados pelo poder financeiro, os quais, afinal, também são os seus. E dizem-nos eles ser a economia uma ciência! Caso acreditemos, a única conclusão plausível é que é servida por péssimos cientistas. Continuar a pensar e a projetar o futuro num quadro que sabemos não ser possível e que será, no mínimo insustentável, caso não se rompa com a lógica de um mercado especulativo que se julga o motor do desenvolvimento dos países, é prova da decadência mental em que a maioria se deixou enredar. Com esta elite dificilmente o nosso país terá futuro. O tão propalado regresso aos mercados, para além de ser um engodo, é uma d

QUANDO AS PESSOAS SÃO APENAS ESTATÍSTICAS

Sente-se na sociedade portuguesa uma violência latente, um descontentamento sem alvo definido, um desespero a um passo de passar aos atos. O sentimento de impotência pode, de um momento para o outro, transformar-se em atos de desespero de quem não tem nada a perder. Na verdade, para muitos, o que lhes resta é apenas nada ou um pouco mais que isso. Este estado de aparente letargia pode também despoletar, em alguns grupos mais radicais, sentimentos de uma revolta incontida ou, pior ainda, o reacender de ideologias que desejaríamos bem longe das nossas vidas. E tudo começa, como sempre, como coisas sem importância, como acontecimentos ou sinais ténues e dispersos. E quando despertamos da letargia, é quase sempre tarde demais, já não existe nem espaço nem tempo para os sonhos que sonhámos e desejaríamos construir com outros. Veja-se o exemplo da Grécia com o encerramento do serviço público de rádio e de televisão: os únicos a aplaudir a decisão foram os radicais de extrema direita, os neof

CONSELHO DE ESTADO

A reunião do Conselho de Estado convocada pelo Presidente e tendo como mote o Portugal na pós Troika, foi não apenas um triste e inútil espetáculo, mas também um momento degradante da democracia portuguesa. A responsabilidade é, em primeiro plano, do próprio Presidente da República, sobretudo devido aos equívocos que ele próprio criou, desde logo pela escolha da agenda, mas também devido à forma como a sua comunicação chegou aos conselheiros ou, pelo menos, a alguns. Acresce ainda o facto de esta sua opção dar a entender que o Presidente foge da possibilidade de se ter de confrontar com a realidade do País e preferir fingir ignorar essa mesma realidade. Cavaco Silva, ao escolher como tema da agenda o pós Troika, mostrou de uma forma muito clara não estar interessado no confronto com o governo, antes pelo contrário, acabou por conceder o seu aval à política do atual governo ao mesmo tempo que lhe concedia a chancela da inevitabilidade. Pior que isso, tentou usar o Conselho de Estado, ao

INDIGNAÇÃO E REVOLTA

É cada vez mais difícil, mesmo insuportável, aguentar as diatribes de um governo que revela o mais profundo desrespeito pelos cidadãos que o elegeram. Já não se trata apenas do grau de dureza e insuportabilidade das medidas, as quais podem sempre encontrar suporte e argumentação no momento difícil que vivemos e nas fragilidades da nossa economia. Trata-se sim do desrespeito pela ordem jurídica ou, ainda mais grave, na ideia de que o poder tudo permite, nomeadamente espezinhar os valores que cimentam o respeito e a confiança entre cidadãos e estado e vice-versa. Aí reside, não apenas o grau de cultura democrática – ou ausência dela – dos governantes, mas também o grau de maturidade de uma democracia e, no caso, a nossa. Se é verdade que a afronta ao Tribunal Constitucional foi exemplo desse comportamento – ninguém de bom senso e que respeite a democracia proporia medidas que, à partida, se sabia irem contra a lei fundamental –, as declarações de Gaspar (eu não fui eleito coisa nenhuma)

UM PRESIDENTE FORA DE TEMPO

Ao contrário do que parece ter acontecido à maioria dos comentadores e aos partidos da oposição, não me parece que o discurso do Presidente nas comemorações de Abril tenha causado qualquer surpresa. Sobretudo após o «acordo» com o governo na sequência da decisão do Tribunal Constitucional. Cavaco foge das crises e da instabilidade como o diabo foge da cruz. Além de essa característica não se enquadrar na forma como olha a sua função de presidente, também não faz parte do seu comportamento político ser causador, mesmo se indireto, de qualquer tipo de fractura. Acresce ainda o facto de Cavaco não possuir a estaleca política e a preparação mental para gerir situações de grande tensão. Não faz parte do seu ADN. Está muito mais próximo do tecnocrata e do técnico – vertente bem patente em muitos dos seus discursos – do que do político capaz de ler a realidade e, sobretudo, sobre ela refletir e gerir as consequências das suas decisões projetando-as no futuro. Não significa isto que não seja u

FESTEJAR ABRIL. HONRAR A LIBERDADE

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Só há liberdade a sério quando houver | Liberdade de mudar e decidir |quando pertencer ao povo o que o povo produzir| quando pertencer ao povo o que o povo produzir            TROVA DO VENTO QUE PASSA   Trova do vento que passa Pergunto ao vento que passa notícias do meu país e o vento cala a desgraça o vento nada me diz. Pergunto aos rios que levam tanto sonho à flor das águas e os rios não me sossegam levam sonhos deixam mágoas. Levam sonhos deixam mágoas ai rios do meu país minha pátria à flor das águas para onde vais? Ninguém diz. Se o verde trevo desfolhas pede notícias e diz ao trevo de quatro folhas que morro por meu país. Pergunto à gente que passa por que vai de olhos no chão. Silêncio -- é tudo o que tem quem vive na servidão. Vi florir os verdes ramos direitos e ao céu voltados. E a quem gosta de ter amos vi sempre os ombros curvados. E o vento não me diz nada ninguém diz nada de novo. Vi minha pátria pregada nos braços em cruz do povo. Vi minha pátria na margem dos rio

ERROS DE EXCEL OU ESTUPIDEZ HUMANA?

Parte I Imagine-se um governo imaginário, de um país também ele fruto da imaginação, que, enclausurado num bunker, governava o país através de planos sofisticadíssimos baseados em modelos, concebidos por grandes especialistas, resistentes a toda a prova. Tudo estava previsto… ou quase tudo. Para esse governo, a realidade, por mais complexa que fosse, estava confinada àquele bunker e toda a sua complexidade cabia nos planos sofisticadíssimos concebidos por doutos especialistas. Certo dia, convencido que estava da sua grande obra, o governo decidiu sair do bunker para admirar a maravilha resultante da sua arte criadora. Ao libertar-se do bunker e dos planos sofisticadíssimos, e para sua grande surpresa, deparou-se com uma realidade aterradora, o país deixara de existir. Na verdade, o espaço físico era o mesmo, mas era apenas isso. Um espaço deserto, sem vida, decrépito, moribundo, completamente abandonado às leis da mãe natureza. O governo desse país imaginário, confrontado com tal cená

O NÃO CONSENSO COMO VIA DE DIÁLOGO

Há já alguns anos, num dos encontros internacionais em que participei, um investigador francês da área da sociologia, ativista em programas de inclusão, defendia que mais do que os consensos teríamos que aprender a valorizar o não consenso – o “ desconsenso ”. Desde então, esta ideia subversiva tem-me acompanhado, embora sem perceber, até hoje, o seu verdadeiro alcance em termos de futuro, caso fôssemos capazes de a praticar nas diferentes situações do quotidiano. Dizia ele que as sociedades democráticas ao fazerem da arte do consenso um fundamento da própria democracia, acabaram por desvalorizar o essencial na evolução e aprofundamento das próprias democracias, ou seja, o diferente. Os consensos, na tentativa de inclusão, tendem a adulterar o que é radicalmente novo e diferente no outro. Existe uma espécie de aculturação ideológica, embora subtil, que não introduz qualquer elemento disruptivo, mas que, ao contrário, estabelece uma continuidade travestida de novidade. Esta valorização

TROIKIANOS ATACAM…

1. REMODELAÇÃO: Campeonato perdido Passos Coelho é como aqueles treinadores que, sendo ele próprio mau treinador e com uma equipa também ela fraquinha, se convence que alterando a posição de um único jogador e contratando um avançado de renome terá ainda hipóteses de ganhar o campeonato. O mau planeamento, a ausência de estratégia e a incapacidade de comandar e motivar a equipa conduzem-no a uma última tentativa de desespero. É verdade que também não se percebe porque aceita um avançado de renome entrar numa equipa tão fragilizada! Mas como se não bastasse o treinador ser mau, parte da equipa (CDS) contesta a estratégia do treinador e, pior ainda, dizem haver jogadores importantes vendidos (os irlandeses, estupefactos com as posições de Gaspar, dizem que ele é o ministro das Finanças da Troika e não de Portugal). Treinadores há cuja dignidade lhes permite reconhecer humildemente o fracasso, solicitando a demissão. Infelizmente, não é o caso e este grande clube que é Portugal está cond

EVIDÊNCIAS PARA LEMBRAR

Evidências há que devem de ser sublinhadas para que não sejam atiradas para o fundo do baú da nossa memória. Nós, seres humanos que somos, temos a capacidade – ou o dom – de manipular a nossa memória consoante as conveniências, mas é bom que nunca esqueçamos que o futuro depende, em grande parte, do legado que deixaremos aos que nos seguirão, ou seja, da memória e da consciência crítica que às gerações futuras sejamos capazes de transmitir. Deixo-vos aqui algumas dessas verdades (as minhas) evidentes para que as tenhamos presentes, sobretudo nos momentos em que nos daria mais jeito atira-las para o fundo do baú. 1. A responsabilidade das consequências decorrentes da decisão do Tribunal Constitucional cabe em exclusivo e por inteiro ao Governo, sendo ela ainda maior quando se é reincidente no erro. Ao tribunal cabe velar pela Constituição, ao Governo cabe governar de acordo com a Lei Fundamental do País. Ignorar este princípio básico da democracia, ou pretender cinicamente ultrapassá-