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A mostrar mensagens de fevereiro, 2013

PREVISÕES DE GASPAR E PREPOSIÇÕES

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O ministro Vítor Gaspar corre sério risco de fazer parte do anedotário nacional. Crendo-se ele competentíssimo e possuidor de um saber acima de qualquer mortal, fazendo ouvidos de mercador a alguns avisos de gente bem mais avisada e, diga-se ajuizada, deveria estar mais atento à realidade e deixar-se de fantasias. Desconfio que alguém deve ter boicotado o seu computador e as suas folhas de excel ao ponto de, por maior que seja o esforço, as previsões mostram um certo pendor para os contos de fadas. Afinal, ele não passa de um menino a quem contam histórias de mundos encantados. Apesar de tudo, este pobre leigo na matéria ousa deixar-lhe nestas linhas algumas dicas ou conselhos. - Sendo as previsões algo de complexo, nelas se devem ter em conta várias variáveis que as torne realmente mais previsíveis, ou seja, mais próximas da realidade. E a conjuntura internacional será certamente uma delas e, por isso mesmo não pode – não deve – servir de desculpa para tão grande estampanço. - Se

ALTERNATIVAS: Um caminho sinuoso

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Várias têm sido as iniciativas que procuram no debate e confronto de ideias novos caminhos alternativos à política económica actual e ao modelo de desenvolvimento que tem sido seguido. Existem vários problemas nesta procura: 1. Não se pode desenhar uma política económica sem ter claro o modelo de desenvolvimento; 2. Pensar um novo modelo de desenvolvimento, assente em novos paradigmas, é algo exigente e moroso que não depende apenas de cada um dos países, ou seja, apenas de nós; 3. Pressupondo, como hipótese, que estão preenchidas as condições anteriores, há que desejar um programa que seja viável e exequível, faseado no tempo; 4. Finalmente, importa perceber quem serão os executantes desse programa, admitindo que sejam diferentes daqueles que o desenharam. Facilmente se conclui que esta árdua tarefa é não compatível com a urgência do momento. E, sendo pragmático, o principal problema reside precisamente nesse facto, ou seja, é urgente mudar o rumo. Contudo, a urgência de

REVOLUÇÃO DO DINHEIRO SOLIDÁRIO

O poder emerge entre os homens quando atuam coletivamente (Hannah Arendt) A função primordial dos bancos é a de coletar poupanças na comunidade e utilizá-las para fazer empréstimos à comunidade. Trata-se de um serviço de proximidade e de dinamização da economia local e não, como acontece, o alimentar a avidez dos acionistas. È por isso que a nomenclatura anglo-saxónica distingue a banca de retalho (retail banking) – dirigida essencialmente aos particulares, profissionais liberais e pequenas empresas – , da banca de negócios (wholesale banking) – destinada às médias e grandes empresas. Para além deste tipo de bancos, existem os chamados bancos de investimento (investment banking) que atuam nos mercados financeiros e cuja principal função são as operações financeiras de todo o tipo. Infelizmente, aos bancos tudo tem sido permitido e as diferentes funções misturam-se e confundem-se numa mesma instituição. Seria bom que quem tem a responsabilidade de governar olhasse com outros olhos p

NOTAS IMPROVISADAS

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REFORMA DO ESTADO Impressiona a nossa incapacidade para planearmos o futuro, no mínimo pelo tempo de uma geração. Significa que o legado que a outros deixamos é sempre fruto dos nossos próprios interesses e não em nome de um futuro que, sabendo não nos pertencer, acreditamos possível. Como pretendemos nós reformar o Estado se não sabemos o que pretendemos ser enquanto País ou que Sociedade pretendemos e estamos dispostos a construir? Pretender reformar o Estado como se de mera operação contabilística se tratasse, é revelador de incompetência, ignorância, impreparação e falta de cultura política e social. Todos concordamos que é necessário – mesmo imprescindível – reformar o Estado, mas para isso importa que estejamos de acordo sobre algumas questões prévias fundamentais. E isso exige um grande esforço de debate e de reflexão, confronto de ideias e de visões. Exige também grande honestidade da parte de todos os intervenientes e, sobretudo, a consciência de que estamos a lançar os alice