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A mostrar mensagens de março, 2013

DEMOCRACIA DOENTE

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Quando as instituições democráticas, ou os seus protagonistas, perdem a noção do papel que lhes cabe e confundem responsabilidades, é sinal alarmante de que algo vai mal na democracia. Quando os sintomas do mal são evidentes, esperar-se-ia dos protagonistas ou dos actores das instituições que tudo fizessem para debelar a doença, evitando assim o risco de morta prematura.Seria essa, suponho eu, a postura correta, não fossem os protagonistas, eles próprios, mentes impreparadas para lidar com tal maleitas e, diria eu, mesmo incapazes de fazerem o diagnóstico. Se o não são, representam na perfeição. Dois acontecimentos marcaram a semana: a chantagem, cada vez mais evidente à medida que se aproxima a decisão, do Governo sobre o Tribunal Constitucional e o regresso de José Sócrates. Quanto ao primeiro, é difícil compreender como é que um Primeiro Ministro ousa sequer fazer juízos de valor ou comentários sobre eventual decisão do Tribunal Constitucional a propósito do Orçamento de Estado

QUE UNIÃO É ESTA?

“ Mais tarde ou mais cedo, a teoria sempre acaba assassinada pela experiência ” (A. Einstein) “ Somente duas coisas são infinitas: o Universo e a estupidez humana. E não estou seguro quanto à primeira .” (A.Einstein) Como podemos nós chamar a esta Europa de União e julgá-la como entidade solidária, quando uns poucos ficam com os dividendos e outros apenas com os prejuízos? Exige-se a todos o mesmo, as mesmas metas, os meus objectivos, mas enquanto uns poucos vão vivendo à custa das misérias dos muitos outros, estes vêem-se obrigados a fazer pela vida. Esta é a solidariedade europeia muito à medida da Sra Merkel e dos seus acólitos. Como podemos nós, simples cidadãos, acreditar e confiar em líderes que quando as coisas correm mal (veja-se o caso recente de Chipre) logo sacodem a água do capote e, de preferência, para o capote do vizinho mais fragilizado?! Uma Europa construída de cinismos e de líderes que apenas têm como objectivo o poder, mas que perderam qualquer autoridade que porv

EUROPA: JOGO DE ADOLESCENTES

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É inacreditável, incompreensível, inexplicável, o que está a acontecer ao povo cipriota.  Pior, o que esta Europa, que desejaríamos  minimamente  solidária, lhe está a fazer. Os responsáveis europeus, tecnocratas de uma Europa sem visão política de futuro, parecem tratar os assuntos dos povos, das pessoas, dos estados-membros, como se de um jogo se tratasse e cujas regras os mais fortes vão ditando segundo a sua conveniência. O que agora pretenderam impor aos cipriotas, embora já tenham recuado,  dá-nos a sensação de que o que realmente pretendem é o fim da União Europeia. O pior é que fica-se com a sensação de que o recuo não se deve a um rasgo de bom senso, mas ao receio de que as coisas saiam do seu controlo. O medo de perder o poder que julgam ter. A destruição parece ser o objectivo  por isso quanto maior for o incêndio e quantas mais frentes, tanto melhor. Os grandes da Europa parecem querer dizer-nos que passam bem sem uns tantos e que não estão para aturar esses tantos que, p

A TROIKA DE TRÊS PONTOS

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1. Causa-me algum arrepio a forma como algumas mentes liberais – que por sinal desconfio desfrutarem de algumas mordomias – se indignam pela existência de um Salário Mínimo, já que o mesmo retira, tanto a patrões como a trabalhadores, liberdade de negociação e opção. Como se as premissas da liberdade do direito de opção fossem iguais para ambas as partes! Se outras razões não houvesse – e há várias – que justificassem a existência de um Salário Mínimo, seria suficiente um olhar atento sobre o comportamento da nossa classe empresarial. A existência de um instrumento regulador deste tipo é também revelador – diria mesmo, sobretudo revelador – do tipo de classe empresarial que é a nossa e da quase ausência de consciência social e tacanhez na forma como encaram as relações laborais. Aqueles que se preocupam com a existência de um Salário Mínimo como obstáculo à liberdade negocial , deviam antes preocupar-se com a formação da classe que tanto defendem e com a mudança de comportamento. L

PAÍS SEM MÉRITO!

O pior que pode acontecer a um país é os seus governantes não terem qualquer visão de futuro e se limitarem a gerir – e mal – as incidências do presente. Assim, a tecnocracia sobrepõe-se à política, transformando o acto nobre de governar em exercícios meramente contabilísticos não arriscando ou ousando a discussão de opções sobre o futuro. E as opções, quaisquer que sejam, são sempre políticas: umas com capacidade transformadora e outras mera gestão do quotidiano. Mas as opções em si mesmas são sempre políticas. Em tempos de crise esta questão é ainda mais pertinente, pois exige-se dos governantes visão de futuro e opções claras que permitam aos cidadãos descortinar no horizonte os alicerces de um futuro sustentável. Ou seja, que se tenha a percepção de que os sacrifícios e esforços que hoje nos exigem não são gratuitos, mas que fundamentam um futuro que se pretende diferente, mais justo, equitativo e, por isso mesmo, melhor. Mesmo que esse futuro já não nos pertença. Melhor, não signi

SERVICES D'ÉCHANGE LOCAUX: SEL en zone interdite

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Sobretudo em tempo de crise, vale a pena pensar nas experiências da economia social e solidária - há quem lhe chame economia popular - e tentar perceber que um novo sistema, nomeadamente a nível local, é possível. Importante também notar que estas experiências não se restringem aos países em vias de desenvolvimento ou economias emergentes, mas que elas proliferam também nos países ditos ricos.

A Corrupção na Origem da Crise (2 de 5) - Paulo Morais - Associação 25 d...

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PARA QUE SERVE UMA MANIFESTAÇÃO?

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Numa rua de má fama faz negócio um charlatão vende perfumes de lama anéis de ouro a um tostão enriquece o charlatão (Canção Sérgio Godinho ) Andam por aí umas vozes, que não apenas as da área governativa, pretendendo desvalorizar o acto de as pessoas se manifestarem com o argumento de que isso nada resolve ou porque não existe um objectivo concreto e palpável. Outros, como Soares dos Santos, dizem que “não vamos lá com Grândolas”, pese embora que esta mesma frase na boca de alguém com conotação revolucionária pudesse ter interpretação bem diferente. E não faltaria gente, vestindo a mesma roupagem de quem a proferiu, que logo viesse à praça pública gritar “aqui d’el rei” que alguém pretende colocar o país a ferro e fogo! Pequenas pormenores de incoerência! Voltemos ao tema da Manifestação. Primeiro, manifestar-se significa exprimir um sentimento, um estado de espírito. Para que alguém se manifeste não necessita de um objectivo, mas apenas uma boa razão para expressar o qu