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A mostrar mensagens de julho, 2012

ESTA MALTA AINDA NOS MATA

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1. Em Portugal existe a terrível mania de tudo contestarmos e nos julgarmos acima de qualquer decisão ou emitirmos juízos de valor sobre funções que outros desempenham como que pretendendo possuir uma autoridade que não temos. Isto apenas demonstra o quanto somos lestos a defender interesses próprios e pouco atreitos a defender o bem colectivo. Somos um país de quintinhas, de quintais, de parcelas... com pouca consciência do que realmente nos une. Aliás, temos o condão de desvalorizar o que eventualmente poderia, mesmo se simbólico, motivo de união. Mas quando se trata de maldizer aí estamos nós prontos para a festa. Povos há que valorizam o que de bom possuem ou fizeram, tentando melhorar o que de menos bom ou mau também têm. Nós temos o comportamento contrário, valorizamos - dizendo de mal - o que de menos bom ou mau temos e desvalorizamos ao ponto de ignorarmos o que de bom ou muito bom também possuímos. Parece que apenas encontramos a felicidade maldizendo. Em vez de acatarmo

RESPEITEM GENTE QUE É GENTE

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1. Confesso que não entendo uma certa desculpabilização do ministro Relvas no caso da licenciatura quando comparado com o caso Sócrates. No presente caso, segundo a opinião de alguns doutos, a principal responsabilidade é da universidade em causa, enquanto no caso Sócrates ele, segundo as mesmas cabeças bem pensantes, era o único responsável, ou seja, o único culpado. Que dizer dos sectores próximos do actual poder que gastaram a voz a vociferar no caso Sócrates e que agora, rabinho entre as pernas, se remetem ao silêncio, não dos inocentes, mas de virgens ofendidas. Enquanto um é um «não caso», o outro um caso de vergonha nacional. Ambos os casos são condenáveis, como já o escrevi, não tanto pelo resultado, mas sobretudo pela forma como foi atingido. Tudo parece muito legal, como se este fosse o único critério de um governante ou de pessoas que ocupam cargos de relevância, sejam eles públicos ou privados. É precisamente por falta de critérios éticos e falta de moralidade que temos

OS DOUTORES DO "CHICO-ESPERTISMO" PORTUGUÊS

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O caso Relvas - bem como o caso Sócrates - não passa de uma caricatura do País que somos e que, aceitemos ou não, todos ajudamos a construir ao longo de muitos anos.  Para que fique claro, não me incomoda que existam casos em que seja conferido determinado título, perfeitamente justificado, a quem, pela experiência e exemplo, mostre e comprove possuir um saber e uma competência de acordo, mesmo se não adquiridos pelas vias tradicionais, ou seja através do meio académico. E, ao contrário do que muitas vezes a imprensa quer fazer crer, nada disto é inédito ou novo. O que me incomoda e revolta é que não haja critérios de exigência ou que os únicos eventuais critérios sejam os da influência, da troca de favores, do «chico-espertismo» e da grande falta de transparência. Aliás, penso que anualmente as Faculdades deveriam revelar os diplomas atribuídos nessas condições e a quem. Para além de serem públicos e qualquer pessoa, desde que cumprindo determinados requisitos, pudesse consultar.

TENTÁCULOS DE UM POLVO OU COINCIDÊNCIAS?

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R ecebi via mail um texto que atribuem ao Prof. Domingos Ferreira (  professor investigador na Universidade do Texas, EUA e da Universidade Nova de Lisboa. Escreve no Público (6 ªs feiras) sobre a actualidade política portuguesa e europeia. Tentei encontrar o link que confirmasse a autoria, mas o esforço revelou-se inglório. O texto vinha acompanhado de uma primeira parte sobre o adjunto do primeiro-ministro que tudo indica - até pela forma narrativa - não pertencer ao mesmo texto e ter sido acrescentado como uma espécie de comentário.  Como a informação inserida nessa primeira parte parece ser verídica e apenas factual,  decidi incluí-la  no post. Aliás, alguma dessa informação pode ser confirmada em: http://crimson.pt/sites/crimson.pt/files/Crimson_In_VidaImobili%C3%A1ria.pdf http://www.clipquick.com/Files/Imprensa/2011/12-29/0/1_1720648_E32F632920107CA5F6454EEDE0BC6CC7.pdf . Quanto ao segundo texto, cuja autoria é atribuída ao Prof. Domingos Ferreira, julgo ser de todo o in

E ASSIM NOS TRATAM DA SAÚDE!...

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O que está a acontecer, a reboque de uma crise que serve para justificar opções pouco justificáveis e nada aceitáveis, deve merecer de todos o mais profundo repúdio antes que seja demasiado tarde. A saúde ou, melhor dizendo, o Sistema Nacional de Saúde está a ser   , de forma sorrateira, vergonhosamente desmantelado. O intuito parece cada vez mais claro: esvaziar o serviço público de saúde da qualidade que tem sido a sua marca, apesar de muitos nos fazerem crer o contrário e apesar dos muitos problemas que todos sabemos existirem. A verdade é que, e apesar de todos os problemas, os doentes  que a ele recorrem são devidamente tratados, embora possam sempre existir excepções ou erros. Ao contrário, no privado, apesar da aparência, quando as coisas correm mal ou o seguro se esgota, termina o tratamento e são os doentes reencaminhados para o público. E, infelizmente, nestes casos o contribuinte paga o que não deveria, ou seja, os erros do privado ou o que não quer devido aos custos. A s

REALIDADE OU FICÇÃO?

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A contece-me, às vezes, ser atingido por um qualquer relâmpago de patriotismo ou, o que também não abonará nada a meu favor, um certo sentimento xenófobo não propriamente contra pessoas ou povos, mas contra determinados discursos. Embora tendo consciência dos muitos nossos defeitos, irrita-me o discurso de alguns estrangeiros de nos verem como uns coitadinhos, incompetentes e forçosamente dependentes do Estado. E irrito-me sobretudo porque me parece haver alguma injustiça nessa visão, porque nem nós somos coitadinhos, nem tão incompetentes como nos pintam e quanto à dependência do Estado ela não será muito diferente do que existe noutros países tidos como muito mais desenvolvidos. O que me parece, e isso irrita-me ainda mais, é que as nossas fragilidades servem na perfeição determinado discurso ideológico.  Reconheço que o escrito nestas linhas seguintes possa não ter qualquer correspondência real ou a verdade nelas expressa seja mínima. Eu próprio não tenho certezas. Contudo, assum