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ESTADO SOCIAL: UMA OPÇÃO DE SOCIEDADE

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Teve lugar na Fundação Gulbenkian, no passado dia 10 de Novembro, há precisamente uma semana, o Forum Cidadania sobre o Estado Social. Este evento foi promovido pela Associação 25 de Abril em parceria com alguns centros académicos. A importância destes encontros resulta não apenas da sua interdisciplinaridade, mas também de levar ao grande público o debate sobre questões fundamentais para o futuro da nossa sociedade. Neste espaço pretende-se chamar a atenção para alguns aspectos que me parecem pertinentes e que, por essa razão, importará aqui sublinhar. 1. O Estado Social não se restringe apenas aos serviços conhecidos como dele fazendo parte (saúde, educação, reformas, apoio às populações mais carências  etc...), mas é muito mais que isso, já que ele reflecte a nossa forma de construirmos e sermos sociedade. O estado Social tem sobretudo a ver com direitos de dignidade e direitos de cidadania. 2. O Estado Social é uma opção por um tipo de sociedade, ou seja, ou pretendemos

O VÍDEO QUE A ALEMANHA PROIBIU!

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É este o vídeo organizado e custeado por Marcelo Rebelo de Sousa e mais alguém, cuja exibição na Alemanha foi proibida pelo governo alemão de Angela Merkel. http://www.youtube.com/watch?v=OB8pKYZmkqI Divulgue e ajude a desmistificar algumas das mentiras que por aí correm! Sejam felizes em seara de gente. 

MENTIRAS QUE NOS CONTAM

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Travestidas de verdade ou com roupagem douta e solene, muitas são as mentiras que nos contam e que nós, devido à insistência dos pinóquios ou desistência nossa, acabamos por aceitar como verdades ou com elas convivemos sem nos questionarmos o suficiente. Se não quisermos dar-nos ao trabalho de procurarmos nos pergaminhos da História, é-nos bastamente suficiente o exemplo da crise actual e do momento que as gentes deste país dolorosamente vivem. Deixo-vos aqui algumas dessas mentiras que de tanto serem ditas e reditas acabam por nos soar como verdades absolutas. 1. A sociedade faz parte do mercado e não o contrário e este tem a capacidade, por si só, de ser o motor organizativo daquela. Ou seja, a procura do interesse privado é suficiente para produzir o bem comum sem ser necessária a deliberação e a decisão políticas. 2. O Mercado está antes de tudo relegando para segundo plano a economia, pelo que a redistribuição só tem razão de existir em caso de insucesso do mercado. M

UM PAÍS FAZ DE CONTA

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Há quem tenha uma imaginação bastante fértil - diria antes pérfida - quando se trata de esconder os seus próprios fracassos ou pretender atribuir a outros as causas do seu insucesso. Pouco importa o que os outros pensam ou fazem salvo quando nos podem ser úteis na estratégia desenhada, ou seja, quando de forma perversa tentamos transferir para os que antes ignorámos parte da responsabilidade que nos cabe por incompetência nossa ou arrogância, mesmo se disfarçada. Passos, qual D. Afonso Henriques dos novos tempos, descobriu-se agora como o porta-estandarte do desígnio da refundação da Pátria. Não se trata, como seria de supor e como bem achariam tão nobres gentes, de acto de nobre coragem contra um qualquer domínio estrangeiro, mas contra o seu próprio povo a mando de um determinado domínio estrangeiro não outorgado. O que que, na linguagem da história deste nobre povo, tem o nome de traição à Pátria. Pouco importa a roupagem ou as eventuais circunstâncias atenuantes perante o julgam

ORÇAMENTO: PARA ALÉM DOS NÚMEROS ESTÃO PESSOAS

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O orçamento é, simultaneamente, o terminus de um processo e o início de um outro. Ele é o corolário de um longo caminho de trabalho, de análise e de reflexão sobre a realidade, das suas variáveis dinâmicas e da sua evolução ao longo de um ano, tendo como referência a execução orçamental do ano anterior. É a partir desse trabalho, e em diálogo com as várias opções possíveis, que se constrói uma proposta de orçamento para o ano seguinte, tendo em linha de conta que há variáveis que, por serem dinâmicas, se podem alterar, exigindo, por um lado, capacidade de previsão realista com base em dados e, por outro, desenho de cenários alternativos e medidas que apontem para um horizonte de esperança. Um orçamento onde não cabe uma certa dose de esperança, por mínima que seja, não só está condenado ao fracasso como não passa de um mero instrumento esvaziado de sentido e sem qualquer utilidade em termos de sociedade. Por isso, o orçamento é também o início de um novo ciclo e a oportunidade para

RECADOS PARA QUEM NOS (DES)GOVERNA

Para esta maioria que nos (des)governa e se pensa como a única detentora da verdade  - só ainda não percebemos de que verdade nos falam - tenho alguns recados, na esperança de que no meio de tão elevado autismo momentos de alguma lucidez lhes sejam permitidos. 1 . O tempo das desculpas há muito se esgotou e em nada atenua a responsabilidade dos governantes, e muito menos ameniza o sofrimento dos governados, continuar a apontar o dedo a terceiros (Partido Socialista e José Sócrates)como únicos responsáveis pelo estado em que nos encontramos. Cometeram erros é certo, alguns bem graves, mas, verdade seja dita, alguma coisa fizeram e outras ficaram pelo caminho apenas porque os que agora são maioria impediram que se fizessem e tudo fizeram para que não acontecesse. Quanto aos factos deixo-os ao sentido crítico de cada um, apenas relembrando que a História não é a mera justaposição de desejos ou leituras sobre a realidade feitas ao sabor dos ventos partidários. 2.  No que se refer

DANEM-SE...

DANEM-SE OS PARRICIDAS DA PÁTRIA MAL AMADA VENDIDA ÀS FATIAS. DANEM-SE OS FRATRICIDAS DO POVO ABANDONADO À GULA DOS VERMES DO MERCADO DANEM-SE OS BORGES DANEM-SE OS MOEDAS, DANEM-SE OS GASPARES DANEM-SE OS PASSOS DANEM-SE TODOS  SERVOS INVERTICAIS DE MALFEITORES QUE TOMAM DE ASSALTO O QUE NUNCA FOI SEU DANEM-SE OS COBARDES QUE SE ESCONDEM ATRÁS DE MEMORANDOS DANEM-SE OS INCAPAZES DE QUALQUER OUSADIA DANEM-SE OS USURÁRIOS DO NOSSO FUTURO DANEM-SE TODOS OS LAMBE-BOTAS RASTEJANDO AOS PÉS DOS TERRORISTAS FINANCEIROS DANEM-SE OS MORALISTAS QUE ENRIQUECEM À CUSTA DA MISÉRIA DOS ULTRAJADOS DANEM-SE OS QUE PRETENDEM CALAR A REVOLTA DANEM-SE OS QUE IGNORAM A INDIGNAÇÃO ESTA É A HORA  DE GRITAR DEFINITIVAMENTE:  CHEGA. DANEM-SE.

PIRÓMANOS DA DEMOCRACIA

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Cometemos o erro de pensarmos que à nossa democracia bastava a formalidade para que tudo funcionasse e não houvesse regressão possível. Deslumbrados com um futuro que nos anunciavam como risonho, esquecemos alguns princípios básicos do que significa viver em democracia. Primeiro, fingimos ignorar que a democracia é um processo inacabado e que exige de todos e de cada um esforço permanente no exercício de uma cidadania consciente e responsável. Preferimos delegar nos eleitos, sem qualquer exigência ou questionamento, desde que eles nos continuassem a garantir ou a prometer um futuro risonho. E agora, quando confrontados com uma realidade inimaginável, maldizemos a democracia esquecendo que também nós somos dela parte integrante e responsáveis. Os partidos, fundamentais para a democracia, deixaram-se enredar numa teia de interesses  e de promiscuidade, confundindo interesses pessoais e colectivos e arredando da área da decisão os critérios éticos e preocupação com o bem comum. Incapa

QUEM SÃO OS IGNORANTES?

As declarações de António Borges - apelidando os empresários de ignorantes - demonstram uma arrogância, um autismo e uma hostilidade próprios de quem tem dificuldade em viver em democracia e aceitar a crítica. Como se não bastasse a gravidade da medida anunciada, a postura de António Borges, passados que foram quase 15 dias sobre a polémica sobre a TSU, é reveladora de uma inconveniência, de uma incompetência e de uma ignorância que qualquer pessoa de bom senso se furtaria a assumir tal figura.  Desconhecer - não sei se propositadamente, se por falta de senso ou se por simples ignorância -, decorridas que foram duas semanas, que o que estava realmente em jogo não era apenas uma redução da TSU para as empresas  e uma sobrecarga para os trabalhadores (o que por si só já era demasiado grave), mas sobretudo a subversão de um princípio básico da Segurança Social, ou seja, a utilização dos seus recursos em fins que não os seus, é realmente preocupante. O não ter entendido esse princípio mos

NOTAS SEMANAIS

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RESPONSABILIDADE EUROPEIA A Europa, e de um modo particular a Sra Merkl, têm em relação a Portugal a atitude que em tempos tiveram em relação à Grécia. Sabem que a realidade não é aquela que os discursos descrevem, mas fingem alegremente acreditar na correspondência entre realidade e discurso. Imagino que a estratégia sirva os interesses mais obscuros ou, no mínimo, pouco transparentes. Só assim se percebe que continuem a alimentar esse discurso, já que não seria de todo credível que a estupidez e a cegueira se passeiam pelos corredores de Bruxelas em fato de gala. Assim, continuaremos a ouvir os discursos de que Portugal está no bom caminho, que as reformas necessárias estão a ser feitas, que somos o exemplo a seguir... e toda a espécie de patranhas que nos impingem. Até ao dia em que nos apontarão o dedo, dizendo que afinal forjamos os discursos e mentimos descaradamente. Foi assim, mais coisa menos coisa, que aconteceu com as famosas contas da Grécia, auditadas pelos mesmos q

OS BONS ALUNOS, A TROIKA E AS NOSSAS VIDAS!

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1. Bons alunos H á muito que tenho a convicção de que os bons alunos nem sempre são bons profissionais e, ainda menos, bons cidadãos. Importa sublinhar que faço uma destrinça entre o que é um bom aluno e o que é um bom estudante. Admito que haverá sempre excepções, mas o bom aluno é aquele a quem apenas interessa o objectivo, ou seja, a nota final. Significa que os fins justificam os meios. O que o define é a falta de carácter, falta de solidariedade, subserviência, falho em reflexão, acrítico e limitado nos horizontes, porque não se pode desviar do objectivo. Ao contrário, o que define o bom estudante é a sua capacidade crítica, a capacidade de procurar novas soluções, interpelar os outros, questionar-se, procurar aprofundar o seu saber e não apenas aprender em função da nota, desafiar o professor para patamares que não sejam apenas o debitar da matéria. O bom aluno sente-se como peixe na água e dá-lhe gozo explorar as teorias, brincar com modelos, mas assuta-o a realidade, o ine

ESTAMOS TRISTES, MAS SOMOS LIVRES

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Capa Jornal Público, 16.09.2012 "Sou desempregada, mas não sou delinquente" "38 anos de descontos, mereço respeito" "Estou triste" Eu fui um dos muitos saiu à rua para mostrar a sua indignação. Estou certo que as razões mais profundas que motivaram cada um e cada uma a participarem nas várias manifestações por todo o País serão bem diferentes. Mas, e estou profundamente convicto, que a principal razão que levou o povo a sair à rua - muitos pela primeira vez - foi a profunda falta de respeito pelas pessoas, pelas suas vidas, pelo seu sofrimento, as quais se sentiram atingidas na sua dignidade. Só um governo indigno não percebe o alcance das suas medidas ou finge ignorar as suas consequências. Só quem olha para a política e a economia como um mero exercício de malabarismos entre modelos teóricos e números, esquecendo que as sociedades são pessoas e as relações que entre elas existem, ignora o quanto ignorar as pessoas e atentar à sua dignidade pod

MICROCRÉDITO: será que a missão perdeu o brilho de outrora?

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Algumas notícias surgidas na imprensa, sobretudo internacional, nos últimos meses, diria mesmo nos últimos anos, não têm sido favoráveis ao microcrédito e, por extensão, ao mundo da microfinança. Problema acrescido quando, na maioria dos casos, as notícias se referem a matéria factual sem o devido enquadramento e, quiçá por desconhecimento, sem uma análise crítica dos factos em causa. Surgiu agora a notícia de que o Governo do Bangladesh criou uma Comissão para analisar o futuro do Grameen Bank e das 54 empresas a ele afetas. A ideia que parece estar subjacente a esta iniciativa é o controlo da atividade do Banco e das suas empresas, sujeitando-o às regras aplicadas pelas agências de supervisão do país aos bancos comerciais.  Contudo, os mais atentos dizem existir um outro objetivo nesta iniciativa e que é, por razões de política interna, o afastamento definitivo de Yunus do controlo do mundo Grameen. Importa relembrar que, apesar do afastamento de Yunus da Direção do Banco, em

ESTA MALTA AINDA NOS MATA

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1. Em Portugal existe a terrível mania de tudo contestarmos e nos julgarmos acima de qualquer decisão ou emitirmos juízos de valor sobre funções que outros desempenham como que pretendendo possuir uma autoridade que não temos. Isto apenas demonstra o quanto somos lestos a defender interesses próprios e pouco atreitos a defender o bem colectivo. Somos um país de quintinhas, de quintais, de parcelas... com pouca consciência do que realmente nos une. Aliás, temos o condão de desvalorizar o que eventualmente poderia, mesmo se simbólico, motivo de união. Mas quando se trata de maldizer aí estamos nós prontos para a festa. Povos há que valorizam o que de bom possuem ou fizeram, tentando melhorar o que de menos bom ou mau também têm. Nós temos o comportamento contrário, valorizamos - dizendo de mal - o que de menos bom ou mau temos e desvalorizamos ao ponto de ignorarmos o que de bom ou muito bom também possuímos. Parece que apenas encontramos a felicidade maldizendo. Em vez de acatarmo

RESPEITEM GENTE QUE É GENTE

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1. Confesso que não entendo uma certa desculpabilização do ministro Relvas no caso da licenciatura quando comparado com o caso Sócrates. No presente caso, segundo a opinião de alguns doutos, a principal responsabilidade é da universidade em causa, enquanto no caso Sócrates ele, segundo as mesmas cabeças bem pensantes, era o único responsável, ou seja, o único culpado. Que dizer dos sectores próximos do actual poder que gastaram a voz a vociferar no caso Sócrates e que agora, rabinho entre as pernas, se remetem ao silêncio, não dos inocentes, mas de virgens ofendidas. Enquanto um é um «não caso», o outro um caso de vergonha nacional. Ambos os casos são condenáveis, como já o escrevi, não tanto pelo resultado, mas sobretudo pela forma como foi atingido. Tudo parece muito legal, como se este fosse o único critério de um governante ou de pessoas que ocupam cargos de relevância, sejam eles públicos ou privados. É precisamente por falta de critérios éticos e falta de moralidade que temos

OS DOUTORES DO "CHICO-ESPERTISMO" PORTUGUÊS

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O caso Relvas - bem como o caso Sócrates - não passa de uma caricatura do País que somos e que, aceitemos ou não, todos ajudamos a construir ao longo de muitos anos.  Para que fique claro, não me incomoda que existam casos em que seja conferido determinado título, perfeitamente justificado, a quem, pela experiência e exemplo, mostre e comprove possuir um saber e uma competência de acordo, mesmo se não adquiridos pelas vias tradicionais, ou seja através do meio académico. E, ao contrário do que muitas vezes a imprensa quer fazer crer, nada disto é inédito ou novo. O que me incomoda e revolta é que não haja critérios de exigência ou que os únicos eventuais critérios sejam os da influência, da troca de favores, do «chico-espertismo» e da grande falta de transparência. Aliás, penso que anualmente as Faculdades deveriam revelar os diplomas atribuídos nessas condições e a quem. Para além de serem públicos e qualquer pessoa, desde que cumprindo determinados requisitos, pudesse consultar.

TENTÁCULOS DE UM POLVO OU COINCIDÊNCIAS?

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R ecebi via mail um texto que atribuem ao Prof. Domingos Ferreira (  professor investigador na Universidade do Texas, EUA e da Universidade Nova de Lisboa. Escreve no Público (6 ªs feiras) sobre a actualidade política portuguesa e europeia. Tentei encontrar o link que confirmasse a autoria, mas o esforço revelou-se inglório. O texto vinha acompanhado de uma primeira parte sobre o adjunto do primeiro-ministro que tudo indica - até pela forma narrativa - não pertencer ao mesmo texto e ter sido acrescentado como uma espécie de comentário.  Como a informação inserida nessa primeira parte parece ser verídica e apenas factual,  decidi incluí-la  no post. Aliás, alguma dessa informação pode ser confirmada em: http://crimson.pt/sites/crimson.pt/files/Crimson_In_VidaImobili%C3%A1ria.pdf http://www.clipquick.com/Files/Imprensa/2011/12-29/0/1_1720648_E32F632920107CA5F6454EEDE0BC6CC7.pdf . Quanto ao segundo texto, cuja autoria é atribuída ao Prof. Domingos Ferreira, julgo ser de todo o in