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A mostrar mensagens de setembro, 2012

NOTAS SEMANAIS

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RESPONSABILIDADE EUROPEIA A Europa, e de um modo particular a Sra Merkl, têm em relação a Portugal a atitude que em tempos tiveram em relação à Grécia. Sabem que a realidade não é aquela que os discursos descrevem, mas fingem alegremente acreditar na correspondência entre realidade e discurso. Imagino que a estratégia sirva os interesses mais obscuros ou, no mínimo, pouco transparentes. Só assim se percebe que continuem a alimentar esse discurso, já que não seria de todo credível que a estupidez e a cegueira se passeiam pelos corredores de Bruxelas em fato de gala. Assim, continuaremos a ouvir os discursos de que Portugal está no bom caminho, que as reformas necessárias estão a ser feitas, que somos o exemplo a seguir... e toda a espécie de patranhas que nos impingem. Até ao dia em que nos apontarão o dedo, dizendo que afinal forjamos os discursos e mentimos descaradamente. Foi assim, mais coisa menos coisa, que aconteceu com as famosas contas da Grécia, auditadas pelos mesmos q

OS BONS ALUNOS, A TROIKA E AS NOSSAS VIDAS!

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1. Bons alunos H á muito que tenho a convicção de que os bons alunos nem sempre são bons profissionais e, ainda menos, bons cidadãos. Importa sublinhar que faço uma destrinça entre o que é um bom aluno e o que é um bom estudante. Admito que haverá sempre excepções, mas o bom aluno é aquele a quem apenas interessa o objectivo, ou seja, a nota final. Significa que os fins justificam os meios. O que o define é a falta de carácter, falta de solidariedade, subserviência, falho em reflexão, acrítico e limitado nos horizontes, porque não se pode desviar do objectivo. Ao contrário, o que define o bom estudante é a sua capacidade crítica, a capacidade de procurar novas soluções, interpelar os outros, questionar-se, procurar aprofundar o seu saber e não apenas aprender em função da nota, desafiar o professor para patamares que não sejam apenas o debitar da matéria. O bom aluno sente-se como peixe na água e dá-lhe gozo explorar as teorias, brincar com modelos, mas assuta-o a realidade, o ine

ESTAMOS TRISTES, MAS SOMOS LIVRES

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Capa Jornal Público, 16.09.2012 "Sou desempregada, mas não sou delinquente" "38 anos de descontos, mereço respeito" "Estou triste" Eu fui um dos muitos saiu à rua para mostrar a sua indignação. Estou certo que as razões mais profundas que motivaram cada um e cada uma a participarem nas várias manifestações por todo o País serão bem diferentes. Mas, e estou profundamente convicto, que a principal razão que levou o povo a sair à rua - muitos pela primeira vez - foi a profunda falta de respeito pelas pessoas, pelas suas vidas, pelo seu sofrimento, as quais se sentiram atingidas na sua dignidade. Só um governo indigno não percebe o alcance das suas medidas ou finge ignorar as suas consequências. Só quem olha para a política e a economia como um mero exercício de malabarismos entre modelos teóricos e números, esquecendo que as sociedades são pessoas e as relações que entre elas existem, ignora o quanto ignorar as pessoas e atentar à sua dignidade pod