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A mostrar mensagens de março, 2015

A LÓGICA DO TIO PATINHAS!

A LÓGICA DO TIO PATINHAS A um ministro, seja qual for a sua área de intervenção ou ideológica, é-lhe pedido que governe em nome e em prol da causa pública, do bem comum, respeitando o compromisso que lhe foi outorgado através do voto. É em nome desse compromisso que qualquer ministro, ou qualquer outro eleito, deve respeito ao povo que o elegeu. Esse é um princípio ético de um estado democrático e ao qual qualquer eleito deve não apenas ser sensível, mas, sobretudo, respeitá-lo. É também em nome desse princípio que o eleito deve ter o cuidado de não ferir a dignidade de quem lhe outorgou o poder. Quando a Ministra das Finanças diz termos os cofres cheios, o que nos permitirá fazer face a eventuais percalços (saída da Grécia do Euro?!), está, de facto, a atentar contra a dignidade de quem a elegeu, não pelo facto das disponibilidades financeiras, mas pelo facto de isso se dever ao empobrecimento do povo que a elegeu. Além disso, essa disponibilidade financeira tem custos em juros e,

VIP's SOMOS TODOS NÓS

Não concebo, ao contrário de alguns (talvez muitos!), a existência de qualquer lista VIP da Autoridade Tributária, seja ele oficial ou oficiosa. A existência de uma qualquer lista deste tipo significa que há contribuintes que, apenas pelo facto de estarem mais expostos, merecem tratamento ou protecção especial da parte do Fisco. Ora, numa democracia não me parece que tal situação transparente e, muito menos justa. Se, por hipótese, uma tal lista existisse - infelizmente parece que existe mesmo- seria então natural, em nome da transparência, que se soubesse quem dela consta. Imaginem que um vosso vizinho, funcionário da Autoridade Tributária, que devido a alguns desentendimentos decidia revelar aos outros vizinhos toda a sua «ficha fiscal». Seria este facto menos grave do que se de facto se tratasse de uma pessoa pública? Não me parece que uma maior protecção dos contribuintes resida na criação de listas «VIP». Esta questão é grave porque, ao detectar-se tal necessidade, isso significa

EUROPA: O QUE NÃO NOS DIZEM

Eu pertenço àquele grupo, cada vez maior creio eu, que pensa não ser mais possível continuar a aceitar, de forma acrítica e negando o nosso dever de cidadania, o estado a que as coisas chegaram e cuja responsabilidade em muito se deve às pessoas que nos governam, seja no País, seja na Europa, mas também ao sistema financeiro que ganhou um poder inaceitável em democracia. Não é por isso de espantar que a maioria dos europeus esteja desiludida com a Europa e os seus dirigentes. O que eles não nos dizem sobre a crise: Que o resgate na Grécia foi sobretudo devido à pressão dos bancos alemães, franceses e ingleses, e serviu para salvar esses mesmos bancos, já que estavam demasiado expostos à dívida grega; Que a soma do resgate a todos os países (Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha) não chegou aos 500 mil milhões de euros e que intervenção nos bancos, para os salvar, foi cerca de 5 biliões de euros, ou seja, dez vezes superior aos países. Ou seja, os contribuintes pagaram para salv

BONS ALUNOS OU SERES RASTEJANTES?

A Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tem razão quando diz não termos que nos envergonhar em sermos bons alunos. Admito que em teoria estou de acordo e que esse facto, ainda em teoria, aumentaria por certo a nossa auto-estima enquanto povo. O problema, e por isso apenas em teoria estou de acordo, é que para a Ministra ser bom aluno é ser submisso, cumpridor de rotinas e de ordens, fazer o que nos ordenam que façamos, hipotecando o que somos em nome do que os outros pretendem que sejamos. Para Maria Luís Albuquerque, o bom aluno é um ser amorfo, sem vontade própria, cumprindo apenas o que outros lhe mandam, ou seja, a castração da própria inteligência. A ministra confunde bom aluno com ser submisso e bem comportado. Não será porventura o bom aluno - ou o bom estudante - aquele que exercita a inteligência para se interrogar, para questionar o mundo que o rodeia, para procurar respostas aos desafios, para experimentar novos caminhos, para procurar a verdade multifacetada, a q