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A mostrar mensagens de janeiro, 2012

O GRITO E A VOZ DESTE PAÍS

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1. Alguém disse ou sublinhou - penso que um cidadão anglo-saxónico - o facto de os portugueses quando se cumprimentam raramente responderem assertivamente. A resposta mais comum à pergunta «Então, como tem passado?» é «Assim, assim...» ou « Mais ou menos...». Por melhor que se esteja, existe sempre uma pequena desgraça, por diminuta que seja, que nos veda a janela do otimismo. Parece quase uma necessidade patológica de que olhem por nós, cuidem de nós ou apenas a necessidade de atenção. Basta assistir às conversas de uma sala de espera de uma qualquer urgência hospitalar para termos a certeza de que qualquer doente, por mais grave que seja a sua doença, encontrará sempre um outro cuja doença é bem mais grave, ao ponto de nem os «Srs doutores» saberem o que quer que seja de tão grave maleita.   É este o nosso fado.

SER SOLIDÁRIO... ACREDITAR NO OUTRO

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  Dando volta aos arquivos (loucura da qual sou acometido por vezes), dei comigo a reler escritos de alguns anos. Por entre esses escritos, encontrei uma crónica que havia publicado, em Junho de 2000, na revista «Viragem», editada pelo Metanoia, Movimento de Profissionais Católicos. Por me parecer manter toda a sua actualidade ou, eventualmente, ser hoje ainda maior, decidi agora partilhá-la neste espaço. Resisti à tentação de qualquer alteração ao texto, correndo o risco de hoje não pensar ou dizer exactamente o mesmo. Mas no essencial continuo a rever-me nessas palavras.

QUEM ANDA À CHUVA MOLHA-SE

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Este país parece andar louco, diria quase esquizofrénico. Não tenhamos cuidado e tomemos as devidas precauções e, um destes dias, acordamos julgando-nos num qualquer hospital psiquiátrico. Para ilustrar esta minha constatação aqui vos deixo umas breves notas sobre alguns dos últimos acontecimentos. 1. Soares dos Santos afinal mudou a holding para a Holanda apenas porque gosta de tulipas, já que dos vários tempos de antena e espaços que fizeram o favor de lhe conceder não se descortina qualquer motivo menos louvável ou menos digno que o tenha conduzido a tão criticada decisão. É verdade que terá dito que tem o direito de defender o seu património, mas ao que julgo entender tratar-se-á do património estético. Ninguém o pode condenar por gostar de tulipas e não de galos de Barcelos ou de símbolos mais brejeiros! As tulipas sempre são mais distintas.  2. A Maçonaria é a responsável de tudo o que de pior aconteceu neste país, nomeadamente por baralhar as cabeças bem pensantes deste p

UM POEMA E ALGUMAS NOTAS PARA 2012

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Passado o período festivo de Natal e Passagem de Ano, entramos em 2012 com o peso de uma realidade pré-anunciada. Teremos nós arcaboiço suficiente para aguentar tamanho peso? A experiência diz-nos haver uns mais resistentes que outros e que num coletivo serão estes o apoio aos mais fragilizados, porque só assim será possível resistir. Será certamente necessário procurar forças nas entranhas, alimentarmos a chama - por mais ínfima que pareça - da esperança que nos resta, inventarmos e descobrirmos novas formas de sermos gente, de nos afirmarmos enquanto seres humanos capazes de construir coletivamente o futuro. É necessária a solidariedade, a esperança, a resiliência, a capacidade e a coragem de dizer NÃO quando o futuro  o exige, a força para dizer SIM quando as circunstâncias o exigem. É preciso saber esperar! Veio-me à memória um poema de Rita Wemans, menina a quem a morte arrebatou violentamente à vida nos seus alegres vinte anos.