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A mostrar mensagens de julho, 2014

TEMPOS DE INCONSCIÊNCIA OU DESEJO DE PROTAGONISMO?

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Memorial judaico, Berlim Uma jovem norte-americana tem sido alvo de contestação dos seus seguidores no Twitter por ter publicado uma selfie (a nova moda das redes sociais) tirada no campo de concentração nazi de Auschwitz (Polónia) na qual a jovem ostenta um largo sorriso, complementado por um típico smile na respectiva descrição da mesma. Nas redes sociais, os locais, os acontecimentos, e mesmo até as pessoas, perdem o seu significado, são esvaziadas do seu conteúdo em troca da notoriedade de um flash. Para esta jovem imagino que Auschwitz não tenha grande significado a não ser o de se ter tornado num local famoso (não interessa o motivo) dando-lhe a ilusão de que também ela se torna famosa apenas porque está lá. É verdade que se trata de uma fama circunscrita à sua rede social de «amigos», mas ,naquele momento, é isso que conta, pois entre o anonimato e uma fama ilusória, os «residentes» das redes preferem sempre a segunda. O que importa não é o passado, ou seja, a memória, o c

UM MUNDO DE COBARDES ONDE NÃO HÁ LUGAR PARA A DIGNIDADE

1. A PROPÓSITO DA DÍVIDA OU DA SUA RENEGOCIAÇÃO C onfesso que não entendo o medo de alguns - gente até insuspeita - quando se fala sobre a renegociação da dívida. Ainda menos compreendo quando é opinião unânime que a dívida é insustentável e não se coaduna com o desenvolvimento que se pretende para o país e que essa mesma gente pretende que acreditemos como possível. É que a continuar assim o desfecho é o empobrecimento contínuo, ou seja, uma espécie de morte lenta até nada mais existir a não ser um pequeno rectângulo, eventualmente uma estância balnear e veraneante dos abastados da Europa. O desfecho - o empobrecimento - parece ser também opinião unânime, sendo a única diferença que uns o dizem abertamente e outros o calam de forma cobarde. Porque, verdade se diga, esta é a atitude própria dos cobardes que se escondem, sem levantar grandes suspeitas, na esperança de que o inimigo parta em retirada e os deixe sossegados. O problema é quando são descobertos: rastejam, bajulam, i

E ASSIM VAI O PAÍS...

1. A ARTE DE BEM GOVERNAR Um país não é uma entidade subjectiva, mas um território cujos habitantes lhe conferem determinada identidade. Um país não existe sem as pessoas que o construíram e fizeram ao longo da sua história desse território uma entidade real e não abstracta. Vista por este prisma, a arte de bem governar significa, antes de qualquer outro objectivo, cuidar das pessoas que conferem identidade ao país. Cuidar das pessoas deve ser, pois, a primeira das preocupações de qualquer governo, sobrepondo-se a qualquer outro objectivo ou interesse. Um governo que se preze não deve ser subserviente ao ponto de colocar em questão o bem-estar, a dignidade e a auto-estima dos seus cidadãos e cidadãs. Um governo só merecerá o respeito dos seus cidadãos e cidadãs se, em momento algum, ousará colocará em dúvida os cuidados devidos às pessoas que são o país. Não me parece que o actual governo seja o governo do meu País. Mais me parece o governo de uma pessoa, O Presidente da República