TROIKIANOS ATACAM…

1. REMODELAÇÃO: Campeonato perdido

Passos Coelho é como aqueles treinadores que, sendo ele próprio mau treinador e com uma equipa também ela fraquinha, se convence que alterando a posição de um único jogador e contratando um avançado de renome terá ainda hipóteses de ganhar o campeonato. O mau planeamento, a ausência de estratégia e a incapacidade de comandar e motivar a equipa conduzem-no a uma última tentativa de desespero. É verdade que também não se percebe porque aceita um avançado de renome entrar numa equipa tão fragilizada! Mas como se não bastasse o treinador ser mau, parte da equipa (CDS) contesta a estratégia do treinador e, pior ainda, dizem haver jogadores importantes vendidos (os irlandeses, estupefactos com as posições de Gaspar, dizem que ele é o ministro das Finanças da Troika e não de Portugal). Treinadores há cuja dignidade lhes permite reconhecer humildemente o fracasso, solicitando a demissão. Infelizmente, não é o caso e este grande clube que é Portugal está condenado a descer de divisão e, caso não haja a coragem para despedir o treinador, cairemos nos distritais. Pior que tudo, é que existe um profundo desrespeito, da parte do treinador e jogadores, por quem lhes paga, ou seja, por todos nós. Para agravar a situação, há clubes (os do norte) que por se julgarem ricos pensam ser possível um campeonato só com os amigos. A isso não se chama campeonato, mas apenas batota ou então uma jogatana entre amigos.

E assim vai a Europa…

2. O CAPITAL E O DESENVOLVIMENTO

Estou em crer que capitalismo e desenvolvimento nunca se deram bem, apesar de aparentemente ser o casamento perfeito. Não é por acaso, imagino eu, que progresso sempre foi uma palavra mais própria do léxico capitalista. Desenvolvimento implica uma postura perante a realidade projetando-a no futuro coletivo. É por isso uma questão política. Progresso é algo, pelo menos aparentemente, de mais mecânico, ou seja, que traduz em visibilidade os benefícios do capital e que dispensa a discussão política. O capital é avesso à política, receia-a, porque tem pavor que outros decidam por ele. A democracia, embora por interesse tentem mostrar o contrário, não é definitivamente a praia das gentes do capital. Daí a famosa máxima: “Enquanto uns discutem, nós fazemos”. Assim sendo, o capitalismo não resolve problemas, apenas os criem, amplia e adia propositadamente as suas soluções. O capital está-se nas tintas para as soluções, apenas lhe interessa o lucro, mesmo que esse seu objetivo crie ainda mais problemas ao colectivo.

As incongruências são de tal ordem que, impasse após impasse, chegaremos à derrocada final. Este sistema e o seu modelo de «desenvolvimento» gerou problemas que depois tentou resolver criando novos problemas. Não encontrou a solução para os problemas – nem sequer tentou – mas apenas agudizou os existentes e criou novos. Vejamos apenas dois ou três exemplos:

  • Para ocupar os reformados inventou o voluntariado em massa. Isto nada tem contra o voluntariado, mas apenas como o modelo de sociedade o tentou enquadrar na sua lógica.
  • Para resolver o problema do Estado Social aumentou a idade da reforma ao mesmo tempo que adiava a entrada dos jovens na vida ativa. Atualmente o ciclo de estudos é linear, sem qualquer interrupção, até ao doutoramento.
  • Criou mais riqueza – muita dela de origem especulativa –, mas simultaneamente gerou desemprego, pobreza e exclusão.
  • ~Colocou a sustentabilidade dos estados demasiado – quase unicamente – dependente do humor dos especuladores financeiros.

E não me venham dizer que tudo isto não é profundamente ideológico. Infelizmente para todos nós, portugueses e europeus, esta é a cartilha da Europa e do governo português.

SEJAM FELIZES EM SEARA DE GENTE.

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