CARNAVAL OU ENTRUDO, VIVA A FOLIA

Se lhe passou pela cabeça ir brincar ao Carnaval (ao Entrudo), tire o cavalinho da chuva, porque o nosso Primeiro não está para palhaçadas e não será muito dado a contradanças ou disfarces de Entrudo. Cheira-me que anda disfarçado de ministro e que a única dança que sabe dançar é a "Holzhacker" (dança inspirada nos cortadores de madeira das florestas da região da Boemia e Baviera). Porque quando de cortes se trata, ao som  da Berliner Philharmoniker, não há quem lhe peça meças! Preparem-se, pois, para a subversão completa do calendário litúrgico (perdoem-me os católicos como eu), pois o tempo de penitência e de jejum começou este ano bem mais cedo e prolongar-se-á sabe Deus até quando. Não há ressurreição que nos valha! Esqueçam os bailinhos, os caretos, os cabeçudos... porque foliões - imaginem só! - são os nórdicos. Realmente, já nem a tradição se salva.
Nestas danças e contradanças de feriados, nunca percebi muito bem esta ideia estapafúrdia de que a nossa falta de produtividade - entenda-se trabalhar pouco, segundo os entendidos e arautos da boa moral - se deve ao gozo de demasiados feriados. A título de exemplo, e para que conste: Alemanha:10, França: 11, EUA: 10, Reino Unido: 9, Suécia:13, Noruega:13, Dinamarca: 11, Portugal: 12. Considera-se apenas os feriados nacionais e não regionais, para não envergonhar alguns dos países que insistem em dizer que trabalhamos pouco. Feitas as contas, e retirados os 4 feriados que nos extorquíram, vamos ser na Europa os campeões da produtividade com 8 feriados. Imagino que os suecos e os noruegueses batam todos os recordes da preguicite! Forma airosa esta de esconder debaixo do tapete a incompetência de muitos gestores, majestaticamente bem pagos, e de empresários pedintes do Estado e incapazes de construírem o que seja sem a desgraça alheia, julgando-se todos os grandes arautos da produtividade e da (i)moralidade que a suporta. Aliás, serão mesmo os únicos porque os outros, preguiçosos por natureza, não merecem mais que as migalhas que caiem da sua farta mesa.

Aconselho as organizações dos corsos carnavalescos que se fazem por aí, bem como aos pequenos comerciantes dessas zonas, que apurem os prejuízos causados por tal palhaçada e enviem a respetiva fatura para S.Bento. Mas atenção, com a exigência de que caberá ao cidadão (Passos Coelho) e não ao Primeiro Ministro (não ao País), o ressarcir os prejudicados, sem perdão e sem prolongamento de prazo. Custe o que custar!
Já que nos proíbem de brincar ao Carnaval, poderíamos ao menos aproveitar o enterro do Entrudo para junto enterrar de vez algum do entulho ideológico e disparatado e do muito desvario que por aí se passeia.
De folia em folia, riam a bom rir e tentem ser felizes em seara de gente.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

PERGUNTAS PATÉTICAS E RIDÍCULAS

DESCONFIANÇA DO ESTADO SOCIAL

Populismos e riscos para a Democracia