ECONOMIA - Lugar onde se constrói a vida em conjunto

Elena Lasida é uma economista uruguaia, católica, que vive em França onde é professora na Universidade Católica de Paris. A Economia Social e Solidária e a preocupação por um desenvolvimento sustentável têm sido  o mote de algumas das suas intervenções. Mas, mais do que isso, ela olha para a economia como um espaço relacional, de aliança e de promessa, onde seja possível construir a vida (o futuro) em conjunto, onde a cada um seja dada a oportunidade de ser feliz em sociedade. Em boa hora o grupo da Economia com Futuro a trouxe ao nosso país onde foi uma das intervenientes no painel de abertura da conferência do passado dia 30 de Setembro. A sua intervenção está disponível, para quem o desejar, no site da Economia com Futuro (http://www.economiacomfuturo.org/pages/conferencia/abertura/lasida.php).
Neste momento apenas vos pretendo deixar algumas ideias/proposições defendidas por Elena e também um vídeo a propósito do seu último livro «Le Goût de L'Autre».
Como é sabido, e a crise apenas veio confirmá-lo, a prioridade hoje não é o investimento, mas a remuneração dos accionistas o que tem como consequência o aumento dos valores em bolsa sem qualquer correlação com a economia real. Significa isto uma criação de riqueza artificial de natureza especulativa. Eis algumas das ideias defendidas por Elena Lasida transcritas de uma entrevista dada ao jornal «Público»:
  • Restabelecer a articulação entre a esfera financeira e a economia real;
  • Pensar a economia não apenas em termos de produção de riqueza, mas também como um lugar onde se constrói a vida em conjunto, a vida da sociedade;
  • Criar maior relação entre o valor das acções e a economia real, ou seja, controlar a especulação;
  • Maior relação entre o que o capital oferece e o que o trabalho oferece;
  • Qualidade de vida é também o tecido relacional em que se está inserido e não apenas rendimento ou conforto material, apesar de estes também serem importantes.
Finalmente, importa ainda acrescentar que segundo Elena Lasida a mudança passa muito pela democratização da empresa, pela ligação empresa-cidadão e pela responsabilização social da empresa (no seu verdadeiro sentido, acrescentaria eu).


Espero que estas breves notas vos abram o apetite para outras leituras e reflexões, já que o objectivo é apenas esse.

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