BECO SEM SAÍDA

1. Os chumbos do Tribunal Constitucional, em geral, não causaram qualquer surpresa, salvo um ou outro pormenor de algumas das medidas. Verdade seja dita, e apesar de toda a encenação premeditada, nem o governo terá ficado surpreendido. E, se por acaso, tenha sido surpreendido, então a conclusão é a de que o seu grau de incompetência é bem mais elevado do que aparenta. Mas não penso que seja essa a situação. Pelo contrário, parece-me que toda essa encenação faz parte de uma estratégia arquitectada de forma a encontrar um bode expiatório para o fracasso das suas políticas. Tanto mais que o argumento «Sócrates» há muito que se esgotou.
2. O Tribunal já havia feito diversos avisos em acórdãos anteriores, o que significa que o governo não pode utilizar o argumento de«virgem ofendida», tanto mais que para quem viu todos os seus orçamentos chumbados pelo Tribunal Constitucional, tinha a obrigação de tomar todas as precauções e mais algumas, já que assim manda o bom senso e a inteligência exige. Por isso é difícil entender toda esta dramatização, sobretudo quando tudo fez, e de forma convicta, para nos empurrar para um beco sem saída.
3. A estratégia do bom aluno (embora quase no final tenha dado a ideia de uma fingida rebeldia, embora muito pouco convincente) levaria inevitavelmente a um beco sem saída, sobretudo quando os professores estão muito mais interessados em salvar a pele que no bem ou interesse do aluno. E não quero acreditar - isso seria pura inconsciência - que o governo não estivesse ciente do facto. Talvez tenha acreditado demasiado nas balelas que os professores lhe foram contando e lhe tenham pintado uma realidade futura a qual ele próprio foi interiorizando. Próprio dos alunos que não se interrogam nem colocam questões, absorvendo acriticamente os ensinamentos dos mestres. Quando não se tem qualquer estratégia e não se ousa assumir o risco de questionar os professores sobre a verdade, o final só pode ser o do beco sem saída. O próprio governo se vê de repente num beco sem saída não lhe restando nada mais para além do drama e da caricatura da situação. Daí a dramatização e os ataques ao Tribunal Constitucional, fingindo desconhecer as regras da democracia, as quais existem aqui e em qualquer outro país digno da democracia.
4. Quanto aos senhores da Troika deviam ter vergonha, pois continuam a não entender os avisos de que foram alvo nas últimas eleições para o parlamento Europeu. Além de não entenderem, continuam a exigir aos países a passagem para a outra margem (o paraíso), prometendo-lhes uma ponte, mas, chegado o momento, os empurram para a corrente assistindo calmamente ao seu afogamento. Esses senhores deveriam inibir-se de comentar decisões de um órgão de um outro país e apoiar o governo na procura de soluções que não atropelassem as regras democráticas e direitos das pessoas. Quando a austeridade na Europa, segundo o Relatório da Organização Internacional do trabalho (OIT) lança na pobreza quase um milhão de crianças (800 mil), esses tecnocratas deviam ter vergonha do crime social que cometeram e continuam a cometer. Ser apenas um bom tecnocrata, mesmo se bem intencionado, num mundo globalizado é muito pobre e fraca competência para quem tem altos cargos e desempenha funções cujas decisões têm influência na vida de milhões de pessoas.
3. A estratégia do bom aluno (embora quase no final tenha dado a ideia de uma fingida rebeldia, embora muito pouco convincente) levaria inevitavelmente a um beco sem saída, sobretudo quando os professores estão muito mais interessados em salvar a pele que no bem ou interesse do aluno. E não quero acreditar - isso seria pura inconsciência - que o governo não estivesse ciente do facto. Talvez tenha acreditado demasiado nas balelas que os professores lhe foram contando e lhe tenham pintado uma realidade futura a qual ele próprio foi interiorizando. Próprio dos alunos que não se interrogam nem colocam questões, absorvendo acriticamente os ensinamentos dos mestres. Quando não se tem qualquer estratégia e não se ousa assumir o risco de questionar os professores sobre a verdade, o final só pode ser o do beco sem saída. O próprio governo se vê de repente num beco sem saída não lhe restando nada mais para além do drama e da caricatura da situação. Daí a dramatização e os ataques ao Tribunal Constitucional, fingindo desconhecer as regras da democracia, as quais existem aqui e em qualquer outro país digno da democracia.
4. Quanto aos senhores da Troika deviam ter vergonha, pois continuam a não entender os avisos de que foram alvo nas últimas eleições para o parlamento Europeu. Além de não entenderem, continuam a exigir aos países a passagem para a outra margem (o paraíso), prometendo-lhes uma ponte, mas, chegado o momento, os empurram para a corrente assistindo calmamente ao seu afogamento. Esses senhores deveriam inibir-se de comentar decisões de um órgão de um outro país e apoiar o governo na procura de soluções que não atropelassem as regras democráticas e direitos das pessoas. Quando a austeridade na Europa, segundo o Relatório da Organização Internacional do trabalho (OIT) lança na pobreza quase um milhão de crianças (800 mil), esses tecnocratas deviam ter vergonha do crime social que cometeram e continuam a cometer. Ser apenas um bom tecnocrata, mesmo se bem intencionado, num mundo globalizado é muito pobre e fraca competência para quem tem altos cargos e desempenha funções cujas decisões têm influência na vida de milhões de pessoas.
Sejam felizes em seara de gente.
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