DEMOCRACIA DOENTE
Quando as instituições democráticas, ou os seus protagonistas, perdem a noção do papel que lhes cabe e confundem responsabilidades, é sinal alarmante de que algo vai mal na democracia. Quando os sintomas do mal são evidentes, esperar-se-ia dos protagonistas ou dos actores das instituições que tudo fizessem para debelar a doença, evitando assim o risco de morta prematura.Seria essa, suponho eu, a postura correta, não fossem os protagonistas, eles próprios, mentes impreparadas para lidar com tal maleitas e, diria eu, mesmo incapazes de fazerem o diagnóstico. Se o não são, representam na perfeição. Dois acontecimentos marcaram a semana: a chantagem, cada vez mais evidente à medida que se aproxima a decisão, do Governo sobre o Tribunal Constitucional e o regresso de José Sócrates. Quanto ao primeiro, é difícil compreender como é que um Primeiro Ministro ousa sequer fazer juízos de valor ou comentários sobre eventual decisão do Tribunal Constitucional a propósito do Orçamento de Estado...