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A mostrar mensagens de fevereiro, 2012

O SILÊNCIO QUE NOS MATA

Parece que vivemos numa profunda letargia ou sofremos de uma resignação tal que aceitamos a fatalidade do destino como o único futuro possível. Vivemos ao ritmo da Troika, salvadores de uma pátria mal amada, e aceitamos acriticamente essa espécie de castigo por uma culpa que nos impingiram. Querem mudar o País, querem transformar o futuro num beco sem saída... Aliás, o País está a mudar e não é apenas graças à Troika, mas também graças à mania que as gentes do poder cultivam - julgando-se deuses do seu tempo - em construir um país à sua imagem e semelhança em vez de se construírem à imagem do povo que os elegeu. Um dia, ao acordarmos, descobriremos que o País que conhecemos já não existe, que o país em que vivemos não é o que sonhamos e sentir-nos--emos apátridas numa terra que já foi nossa. E tudo isto, porque calámos, porque consentimos. Porque o silêncio às vezes mata! " O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos se...

REDES SOCIAIS E DEMOCRACIA

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O s novos meios de comunicação de massa, entre os quais os blogs e as redes sociais, não só massificaram a informação como aumentaram de forma estonteante a sua velocidade de circulação. Esta nova realidade criou a ilusão de uma sociedade civil mais informada, actuante e consciente. Contudo, ter acesso a mais informação não significa que se tenha mais informação ou que se esteja mais informado ou, ainda, que a informação que se possui seja de qualidade. O ter acesso a grande quantidade de informação em curtos períodos de tempo pode mesmo ter um efeito contrário, ou seja, o sermos completamente devorados por ela, não nos restando o mínimo de espaço para o seu processamento.

OS REIS QUE GOVERNAM

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1. Os reis que nos governam I maginem um qualquer filme sobre a Mafia - tipo Francis Coppola - onde o padrinho decide, sem sujar as mãos, livrar-se de um dos seus fiéis "afilhados". A forma por ele idealizada implicava que o fiel serviçal executasse serviços cada vez mais perigosos até que o inevitável acontecesse, ou seja, que alguém se encarregasse de fazer o que o grande chefe nunca assumiu ou que a própria vítima se antecipasse. A receita era de tal forma dura que poderia executar uma ordem no dia seguinte totalmente contrária à do dia anterior. O plano, como imagina, só resultaria se o fiel e leal súbdito cegamente acatasse as ordens do patrão de forma a cumprir o destino antecipadamente traçado.

CARNAVAL OU ENTRUDO, VIVA A FOLIA

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S e lhe passou pela cabeça ir brincar ao Carnaval (ao Entrudo), tire o cavalinho da chuva, porque o nosso Primeiro não está para palhaçadas e não será muito dado a contradanças ou disfarces de Entrudo. Cheira-me que anda disfarçado de ministro e que a única dança que sabe dançar é a " Holzhacker" (d ança inspirada nos cortadores de madeira das florestas da região da Boemia e Baviera). Porque quando de cortes se trata, ao som  da Berliner Philharmoniker,  não há quem lhe peça meças! Preparem-se, pois, para a subversão completa do calendário litúrgico  (perdoem-me os católicos como eu), pois o tempo de penitência e de jejum começou este ano bem mais cedo e prolongar-se-á sabe Deus até quando. Não há ressurreição que nos valha! Esqueçam os bailinhos, os caretos, os cabeçudos... porque foliões - imaginem só! - são os nórdicos. Realmente, já nem a tradição se salva. Nestas danças e contradanças  de feriados, nunca percebi muito bem esta ideia  estapafúrdia de que...

EFEITO BIG BROTHER

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P essoalmente, acredito que as grandes mudanças, aquelas que marcam definitivamente o futuro, não se operam tanto pela via legislativa - embora seja importante - mas sobretudo através dos movimentos que surgem na sociedade e na medida em que os próprios atores tomam consciência da necessidade da mudança e assumem o risco e a responsabilidade de a levarem por diante. À luz desta minha perspetiva, é bastante preocupante o ambiente que se vive na Justiça, tendo sido dele exemplo os discursos proferidos na abertura do Ano Judicial. Ou, melhor dizendo, o que deles foi publicitado e a fazer fé nos comentadores de serviço. Os intervenientes, os atores da Justiça, parecem ter sido atingidos, também eles, pelo efeito "Big Brother". Gostam que as câmaras incidam sobre eles, não os incomoda que devassem a sua casa (a justiça) e nada fazem - pelo contrário - para impedir os mirones e uma espécie de "voyeurismo social".