MADIBA
Morreu Nélson Mandela, uma das grandes referências não apenas do Continente Africano, mas de todo o mundo. Como é natural a sua morte deu origem às mais variadas e sinceras, umas mais que outras, manifestações de carinho, respeito, apreço, elogio e homenagem a um dos grandes Homens do século XX. Mas ela trouxe também à tona, consciente ou não, algum aproveitamento político de lutas antigas, feridas não saradas ou avivadas por situações e comportamentos do presente. O pragmatismo diplomático não assenta em direitos, mas em relações de poder com as quais nem sempre nos identificamos. À boa maneira americana, acima de qualquer direito está o interesse da América e, se por acaso, forem coincidentes, tanto melhor. Creio que muitos dos que agora elogiam a personagem e o comportamento de Mandela não se reveem naquilo que ele foi ao longo da sua vida. Uns rever-se-ão mais na fase antes da prisão, outros porventura fundamentam o carinho e o respeito no longo período em que esteve preso, outros...