CONSELHO DE ESTADO
A reunião do Conselho de Estado convocada pelo Presidente e tendo como mote o Portugal na pós Troika, foi não apenas um triste e inútil espetáculo, mas também um momento degradante da democracia portuguesa. A responsabilidade é, em primeiro plano, do próprio Presidente da República, sobretudo devido aos equívocos que ele próprio criou, desde logo pela escolha da agenda, mas também devido à forma como a sua comunicação chegou aos conselheiros ou, pelo menos, a alguns. Acresce ainda o facto de esta sua opção dar a entender que o Presidente foge da possibilidade de se ter de confrontar com a realidade do País e preferir fingir ignorar essa mesma realidade. Cavaco Silva, ao escolher como tema da agenda o pós Troika, mostrou de uma forma muito clara não estar interessado no confronto com o governo, antes pelo contrário, acabou por conceder o seu aval à política do atual governo ao mesmo tempo que lhe concedia a chancela da inevitabilidade. Pior que isso, tentou usar o Conselho de Estado, ao...